Uma noite para reverenciar as matrizes africanas da cultura e religiosidade da Bahia. Essa é a proposta da apresentação que será realizada no dia 9 de julho, às 18h, na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. A riqueza rítmica estará sob a condução do Grupo Ofá, composto por integrantes do Terreiro do Gantois e contará com a participação do projeto Rum Alagbê, formado por crianças, jovens e idosos.
A Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos é reconhecida internacionalmente pelo trabalho de valorização da memória das suas origens, uma história construída por negros e negras libertos e escravizados. As celebrações realizadas na igreja promovem o diálogo inter-religioso, especialmente com as religiões de matriz africanas.
O Grupo Ofá – É um grupo musical fundado no ano 2000, formado por integrantes da comunidade do Terreiro de Mãe Menininha do Gantois. Recentemente foi indicado ao Grammy Latino com o disco Obatalá: uma homenagem a Mãe Carmen, na categoria Indepentend Music Award for Best Album World Traditional. Tendo como principal característica o som dos atabaques da Nação Ketu, assim, traz nos seus arranjos musicais a importância dos cantos em Iorubá e os toques das religiões afro-brasileiras, contribuindo para uma escassa documentação fonográfica. O Grupo Ofá, que conta com a direção musical de Iuri Passos e Yomar Assogbá, faz um trabalho de mero acréscimo das vozes entoadas nos terreiros do Candomblé da Bahia, abrilhantado pela cantora e dançarina do grupo, Luciana Baraúna.
O Rum Alagbê – Desenvolvido no Ilé Iyá Omi Axé Iyamasé – Terreiro do Gantois, em Salvador (BA), e no âmbito institucional da Associação de São Jorge Ebé Oxossi, o Rum Alagbê é um projeto sócio-cultural com a finalidade de promover a formação musical do público infanto-juvenil, principalmente, do Alto do Gantois, do entorno e circunvizinhança, visando à garantia e salvaguarda da memória e, consequentemente, da preservação do patrimônio imaterial afro-brasileiro, no segmento da etnomusicalidade. Idealizado em 2001, pelo percussionista e filho do Gantois, Prof. Iuri Passos, o referido projeto nasce da necessidade de reconhecimento ao aprendizado obtido pela convivência com os “mais velhos”, (ogãs e alabês), no ambiente da comunidade-terreiro, espaço detentor de uma dinâmica própria de transmissão de saberes e fazeres tradicionais.